8.9.09

Daí que pensei numa história simples, porém engenhosa. E trará o seguinte: mulher de olhar laminoso e vontades suplicantes (mais o trejeito fino de zerar com máxima sapiência a pança monetária de qualquer um) se envolve com figura dum passado esquecível. Note: esquecível não é redenção de nada, e os mortos voltam pra puxar o pé do gajo, que escapole da área e vai sapear lá pras bandas do fim do mundo. Nada muito explicado, porque a vida acontece assim mesmo, de improviso e de breque. Sem endereço nem paradeiro certo. Enfim.

A dita se lamenta, se rasga (nem tanto que não sobre algo par'o providencial "mistério da carne") e depois vai caçar noutra jaqueira. E tanto faz que acha outro jaca, se enreda toda e recomeça sua teia.

Mas! o condenado volta, e não é que era um fidaputa abotinado, de tocaia, de olhar soslaio? Pois aí ele revela sua verve e manda ver - com a polpa aberta, pegada bruta e surda. O lance é que rolou um sentimento e o bocó acredita no miserere da coitadinha, e ela dirige toda a reiva dele pro outro pagador, de modo que o circo pega fogo mas o show não para: resta o salário do medo na mão da bonitona e os galos se estraçalham na arena, antes mesmo que qualquer explicação seja possível (na época em que rola a transa não havia celular ainda, essa praga destruidora de complexidades narrativas teledramatúrgicas - leia-se "malentendidos funcionais" que só se resolverão no fim e ao cabo de tudo).

Mas ainda fica faltando o gran finale, e essa eu conto no próximo bloco. Não saia daí!

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