eu deveria escrever sobre a felicidade de escrever - pura e simplesmente assim, mesmo - pela alegria de desopilar o fígado e os rins de lambuja, sei lá por qual via, isso é o que menos importa. escrever é o que importa. pois escrever é pragmatismo puro; escrever é contundente, exato e preciso. viver não é preciso.
apontar os dedos sujos não é a mesma coisa, mas é o que fazem os pequenos megalômanos de hoje: turba desgovernada, isso sim. menos construções e mais desordem. ces't la vie. ossos do ofício, ainda posso dizer... mas que ninguém me interrompa quando a seleção pisar no gramado.
mas, falando de novo sobre o viver impreciso (e o alinhavar palavras com exatidão), eu... na verdade já estava no "menos construções"... então, que seja: (essa eu vou escrever acompanhado de um pop tex-mex qu'está fazendo relativo sucesso entre a comunidad latina. só confete...) viveremos o dia em que nem os imensos monolitos nem as torres de vidro fincarão suas bases sobre o chão que pisamos? será verdade que Nova Iorque virará um grande deserto, cheio de motoqueiros, lagartos e garotas vestidas apenas com tiras de couro? que futuro atemorizante nos espera? onde nos esconderemos, em que bunkers, que abrigos? oh, Mundo Cruel! que legado nos deixa, a que vilania nos obriga..?!
FICÇÃO, s. f. Simulação para encobrir a verdade, fingimento: a torpe ficção de patriotismo, com que se investiu para indultar-se de matador de Titãs, de Cronos e quimeras (rapinagem de Camiliana.) Perturbou-se e estremeceu diante de ficções a que nem a poesia ou a arte davam realce e prestígio (Silveira da Mota, 1889) // Fábula, invenção fabulosa ou artificiosa// F. lat. Fictio. CLEPTOCRONIA: tempo que escoa, que nos assalta, que não perdoa