5.7.06

Jasmine Tea Break

daqui não prometo nada; daqui prometo a memória vacilante. daqui me lanço, aqui me posto, me publico; donde estou, se para cá não vim? mas estou, ainda assim, queira como quero, queira expirante: sublime é a decomposição visual das cores, é o amarfanhar de alguns rumores, e o incerto com que ganhamos o mundo - todos os dias de manhã chuvosa e malencarada.

a você, que me escuta no seu radinho, que se escuta com devoção e capitaneia esforços em minutear diante da tela fria, você que se esforça cotidianamente em derivar - essa rebeldia silenciosa à natureza do concreto e do aço que julgam nos imprimir suas rotinas mitômanas - e sente o coração pulsando e crê que ganhou alguma brevidade de emoção pardacenta e melancólica, se defronta com o relógio que te empurra os flancos com vagarosa e determinada insistência... ao chão. a você, que luta inconscientemente por um mundo onde a inércia não seja um fim, mas o meio em que todos estejamos absorvidos e radiantes, e onde a música dos ponteiros possa enfim desaparecer. a você, enfim, que do fim pouco sabe, do nada supõe, de tudo se esquiva e de si espera apenas a coragem necessária para quando te chamarem solenemente pelo nome, te florirem e lavarem no sal dos olhos, despejarem na umidade dos infernos palmejantes e assim sendo dar conta de que, afinal, chegou a última cena:

um momento de repouso à razão, efêmero e volátil como sói ser Improváveis Efemérides .

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...just someone playing hard.