12.5.06

Cap. 3º - No qual se explica porque o circo não pode parar (de queimar)

(começo esfregando as mãos, pela terceira vez. cada vez que tudo desliga é um improviso a menos, uma aquecida a menos. o riso, na 30ª, nem força de expressão é: ...é cãibra)

...perdi. as palavras, para sempre. ainda lembro de uma ou outra, mas o todo, o significado aleatório que tanto me custa, esse me foi perdido, me foi roubado, foi suspenso. que mão poderosa é essa que me tolhe de conspirar aqui, alhures..?? em que tribunal hei de resgatar, dia quiçá, esses disformes esgares de humanidade? porque, sim! eles me pertencem: a forma errática, o mal necessário, o vagar entre-letras que me transforma, sendo eu mesmo, em outro nada igual: um pária da lógica e do linear.

assim se faça! onde quer que esteja pensarei em você, porque me disse. mas vamos às palavras, se é que ainda trago alguma no bolso:

"o homem germina cego e mal-amado no seio da noite escura." (ou seria: "o corpo, como uma planta, cresce em direção à luz"?)
e também:
"mas o vento, os besouros e os cupins o nutrem de espaços e falhas, tumores e falhas, principalmente. e ele se retorce(...) viciante. (...) por que atear fagulhas à chama d'O que sempre o Amou?"

versei sobre a conquista do "errático, aleatório" que nos torna menos iluminados, mais próximos da terra que nos gerou (?). Terra anciã, essa mãe austera e selvagem. dizem que no fundo ela canta, chamando todos os seus de volta. soa como um sussurro, soa como muitas mil vozes dissonantes que se encontrassem e se amparassem, mutuamente. a grande lição. comovente (e em Lá).

Essa partida foi um oferecimento do sr. e sra. Lumes d' Vidro, ele pelo seu aluar de ouro (40W/127V), ela pelo bailar de morte - torrando o gordo abdôme no cristal do sr. Lumes. ah!, o amor...

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