I.
Ivo viu a uva.
A uva é do vovô.
Ivo vô-num-vô.
Vai.
O véio veve a vida e vocifera:
- Vaios!
O viadinho vacila.
E a uva lá. Do vovô.
Eita piada sem graça, seu moço.
II.
Ivo viu a Juliana.
A Juliana é uma uva.
O vovô é véio, mas é vivo.
Por isso, a uva é do vovô.
Ivo viu que é tudo vuco-vuco, que o vovô tá variando.
Vira pra uva e viaja:
- Mata o velho, MATA.
FICÇÃO, s. f. Simulação para encobrir a verdade, fingimento: a torpe ficção de patriotismo, com que se investiu para indultar-se de matador de Titãs, de Cronos e quimeras (rapinagem de Camiliana.) Perturbou-se e estremeceu diante de ficções a que nem a poesia ou a arte davam realce e prestígio (Silveira da Mota, 1889) // Fábula, invenção fabulosa ou artificiosa// F. lat. Fictio. CLEPTOCRONIA: tempo que escoa, que nos assalta, que não perdoa
20.10.09
8.10.09
2222 Express - pra depois do ano 2009

Até onde seria possível desistir de tudo?
E depois voltar à tona e recuperar o tudo que se tem a ganhar ainda, quer dizer, ganhar a chance de continuar no jogo, na virada de cena, de mesa, virada de circunstância - pra ganhar todos os espectadores quase-involuntários que se amontoam junto ao cordão, enquanto a gente passa, pra ver se caímos nessa curva ou se ainda aguentamos mais um quarteirão.
O plano está feito. Resta seguir à risca com os detalhes - ah! os detalhes - e não falhar antes do ato final. Depois o além nos esperará, sorridente. Depois, no além, o horizonte longínquo e, às portas da percepção, lembrar o que passou será um esquecimento mero, uma tolice como estremecer a respiração já sem choro, um sem-razão de ser, de se ater. Correr, só correr. Ventar. Chover. Permear-se de pó, de grão, de areia.
...Até que meus olhos se embotem, semi-cerrados de deserto.
megaton_nero
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